No dia 19 de junho de
2014 a Igreja Católica no mundo inteiro celebrou a Solenidade de Corpus
Christi. A expressão latina “Corpus Christi” significa Corpo de Cristo. É uma
festa que celebra a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia.
É
realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade que, por
sua vez, acontece no domingo seguinte de Pentecostes. É uma festa de preceito,
isto é, devemos participar da celebração da Missa neste dia!Todas as paróquias
da Diocese de Coari celebraram a festa do Corpo e do Sangue do Senhor.
Em Coari
as três paróquias da cidade celebraram a festa junto: Paróquia Sant’Ana,
Paróquia N. Senhora do Perpétuo Socorro e a Paróquia São Pedro e São João
Batista. Apesar da chuva o povo participou maciçamente da procissão e da Missa
Solene!
A procissão saiu da catedral de Sant’Ana e seguiu pelas ruas da cidade
de Coari até a igreja de São João Batista, que estava celebrando o seu
novenário. A liturgia foi presidida por Dom Marcos Piatek, bispo da diocese de
Coari. Participaram da liturgia os seguintes padres: Pe. Elcivan Alencar
(coordenador da pastoral da diocese), Pe. Edinaldo Santos (pároco de São
Pedro), Pe. Assis Libório (pároco do P. Socorro),
Pe. Agnaldo (reitor do
seminário Sant’Ana e vigário do Perpetuo Socorro), Pe. Raimundo Elson, CSSR
(vigário da catedral) e o Pe. Adeilson (vigário de São Pedro). Participaram
também as irmãs religiosas: Adoradoras do Sangue de Cristo, a Sagrada Família,
as Irmãs da Equipe Itinerante da CIMI e uma Irmã Dorotéia.
Terminada a
procissão e a bênção do Santíssimo Sacramento começou a solene Missa campal ao
lado da igreja de São João Batista. Após a bênção final houve o lugar o
tradicional arraial. A festa de Corpus Christi tem as suas raízes históricas na
Idade Média. A origem da solenidade do Corpo e sangue de Cristo
remonta ao século XIII.
Santa Juliana de Mont Cornillon, naquela
época priora da Abadia, foi a enviada de Deus para propiciar esta Festa. A
santa nasceu em Retines perto de Liège, Bélgica em 1193. Ficou órfã muito
pequena e foi educada pelas freiras Agostinas em Mont Cornillon.
Quando
cresceu, fez sua profissão religiosa e mais tarde foi superiora de sua
comunidade. Desde jovem, Santa Juliana teve uma grande veneração ao Santíssimo
Sacramento. E sempre esperava que se tivesse uma festa especial em sua honra.
Este desejo se diz ter intensificado por uma visão que teve da Igreja sob a
aparência de lua cheia com uma mancha negra, que significada a ausência dessa
solenidade. Juliana comunicou estas
aparições a Dom Roberto de Thorete, o então bispo de Liège, também ao douto
Dominico Hugh, mais tarde cardeal legado dos Países Baixos e Jacques Pantaleón,
nessa época arquidiácono de Liège, mais tarde o Papa Urbano IV. A solenidade
litúrgica foi instituída pelo Papa Urbano IV(1262-1264), através da bula
“transiturus”, de 11 de Agosto de 1264, para ser celebrada na Quinta-feira após
a festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.
O
Santo Padre Urbano IV, antes de ser escolhido Papa, foi Cônego de Liège
(Bélgica) e se chamava Tiago Pantaleão de Troyes, o mesmo que recebeu o segredo
das visões da Freira Juliana de Liège, que pedia uma festa da Eucaristia no
calendário litúrgico.
Esta solenidade entra no calendário litúrgico da Igreja
para evidenciar e enfatizar a presença real do Senhor Jesus no pão e no cálice consagrados.
Conta à história que um sacerdote chamado Pedro de Praga, muito piedoso e
zeloso pastoralmente, vivia angustiado por dúvidas sobre a presença real de Cristo
no pão consagrado.
Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos Apóstolos
Pedro e Paulo em Roma, para pedir o dom da fé. Ao passar por Bolsena (Itália),
enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido pela dúvida. Na hora
da consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre:
A sagrada hóstia branca
transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal (pano
branco no qual é colocado as sagradas espécies consagradas), o sanguíneo
(paninho de limpar o cálice) e a toalha do altar. Por solicitação do Papa
Urbano IV, os objetos milagrosos foram para Orvieto em solene procissão. Esta
foi a primeira procissão.
Em 11 de Agosto de 1264, o Papa lançou de Orvieto
para o mundo Católico o preceito de uma festa solene em honra do corpo e sangue
do Senhor. A Solenidade de Corpus Christi tem a sua base, o seu fundamento não
só na história, mas, sobretudo na vida de Jesus Cristo e na Sagrada Escritura!
A
Eucaristia é um dos sete Sacramentos e foi instituído na Última Ceia, na Quinta-feira Santa. Por isso a Solenidade de Corpus Christi se celebra na
quinta-feira! Foi durante a Última Ceia quando Jesus disse: “Este é o meu
Corpo... Este é o cálice do meu Sangue... fazei isto em memória de mim” (Mt
26,26). Quem pediu que nós ao longo dos tempos e da história celebrássemos a
Eucaristia foi o próprio Cristo!
A
Igreja católica cumpre este mandato até hoje, para perpetuar a presença
salvadora de Jesus na história. O texto bíblico mais evidente e claro sobre a
doutrina da Eucaristia é o capítulo 6 de São João (Jo 6). Todo ele é um
discurso eucarístico de Jesus que disse “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,56).
A
Eucaristia é a realização da promessa de Jesus que disse: “Eis que estarei
convosco até a consumação dos séculos”(Mt 28). A celebração de
Corpus Christi consta de uma procissão - adoração ao santíssimo Sacramento e de
uma Missa. O destaque maior neste dia é a procissão com o Santíssimo, a qual
recorda a caminhada do povo de Deus, como um povo peregrino neste mundo.
No
Antigo Testamento o povo foi alimentado pelo Maná, no deserto. Hoje, é
alimentado com o próprio corpo e sangue de Cristo! Na festa de Corpus Christi
se adora a Deus e não aos homens e as coisas! Segundo santo Tomás de Aquino “Nenhum
outro sacramento é mais salutar do que a Eucaristia.
Pois, nele os pecados são
destruídos, crescem as virtudes e a alma é plenamente saciada de todos os dons
espirituais. A Eucaristia é o memorial perene da paixão de Cristo, o
cumprimento perfeito das figuras da antiga aliança e o maior de todos os
milagres que Cristo realizou”.
Rezemos agradecidos: "Tão sublime sacramento, adoremos neste altar, pois o Antigo Testamento, deu ao novo seu lugar.
Venha a fé, por suplemento os sentidos completar. Ao eterno Pai cantemos e a Jesus o Salvador. Ao Espírito exaltemos na trindade eterno amor. Ao Deus uno e trino demos a alegria do louvor. Amém".