No dia 18 de fevereiro de 2015 aconteceu o início
litúrgico da Quaresma e a abertura da Campanha da Fraternidade 2015. A
Quaresma nos convida a preparar dignamente a Páscoa de Jesus Cristo! Dom
Marcos Piatek, na sua pregação durante a Missa, nos lembrou que as
leituras bíblicas da Quarta-feira de Cinzas nos ajudam a perceber os
princípios fundamentais da Quaresma.
1. A conversão. O profeta Joel nos
lembra: “Diz o Senhor, voltai para mim com todos o vosso coração...
rasgai o coração, não as vestes, e voltai para o Senhor, vosso Deus” (Jl
2,12-13). São Paulo Apóstolo nos implora: “Em nome de Cristo, nós vos
suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus” (2 Cor 5,20). A melhor
maneira de celebrar a nossa conversão é fazer uma boa e santa Confissão
sacramental: celebrar o Sacramento da Reconciliação!
2. A oração. “Quem
reza se salva, quem não reza se condena “ (Sto. Afonso de Ligório).
Precisamos investir mais na intimidade com Deus! Precisamos rezar mais
individualmente, familiarmente e comunitariamente, meditar mais a
Palavra de Deus, frequentar mais a Missa dominical, rezar nas famílias
(pais e filhos).
3. O jejum. Privar-se de algo nosso para partilhar com
os mais necessitados. Jejum deve fortalecer a nossa personalidade, nossa
vontade, nos tornar mais fortes na defesa do bem! Precisa investir mais
na conversão antropológica: trabalhar mais o nosso caráter humano e
cristão.
4. A esmola. Se trata de praticar mais a caridade fraterna. A
fé sem as obras é morte! Precisa lutar pela justiça social. São Leão
Magno (+461) nos lembra a importância da caridade fraterna: “Diz o
Senhor no Evangelho de João: “Nisto todos conhecerão que sois meus
discípulos, se tiverdes amor uns aos outros (Jo 13, 35). E também se lê
na 1ª Carta do mesmo Apóstolo: Caríssimos, amemo-nos uns aos outros,
porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece
Deus.
Quem não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor (1Jo 4,
7-8). Se Deus é amor, a caridade não deve ter fim, porque a grandeza de
Deus não tem limites. Para praticar o bem da caridade, amados filhos,
todo tempo é próprio. Contudo, estes dias da Quaresma, a isso nos
exortam de modo especial. Se desejamos celebrar a Páscoa do Senhor com o
espírito e o corpo santificados, esforcemo-nos o mais possível por
adquirir a virtude da caridade que contém em si todas as outras e cobre a
multidão dos pecados.
Seja, neste tempo da Quaresma, mais larga a nossa
generosidade para com os pobres e todos os que sofrem, a fim de que os
nossos jejuns possam saciar a fome dos indigentes e se multipliquem as
vozes que dão graças a Deus. Nenhuma devoção dos fiéis agrada tanto a
Deus como a dedicação para com os seus pobres, pois nesta solicitude
misericordiosa ele reconhece a imagem de sua própria bondade.
Quem dá
esmola, quem faz a caridade, faça-a com alegria e com confiança, porque
tanto maior será o lucro quanto menos guardar para si, conforme diz o
Apóstolo Paulo: Aquele que dá a semente ao semeador e lhe dará o pão
como alimento, ele mesmo multiplicará vossas sementes e aumentará os
frutos da vossa justiça (2Cor 9, 10), em Cristo Jesus, nosso Senhor.”
Dom Marcos Piatek, durante a sua homilia, nos lembrou que no começo da
Quaresma, a Igreja do Brasil, celebra a campanha da Fraternidade. Neste
ano, são comemorados os 50 anos do encerramento do Concílio Vaticano II,
um dos eventos mais marcantes da Igreja nos últimos séculos. A reunião
episcopal foi realizada de outubro de 1962 a outubro de 1965. No Brasil,
para 2015, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe
uma reflexão sobre a relação entre a Igreja e a sociedade à luz da fé
católica e dos documentos do Concílio Vaticano II.
O tema da CF 2015 é:
“Fraternidade: Igreja e sociedade” e o lema “Eu vim para servir”. O tema
é muito atual e deve provocar um debate sobre a participação e atuação
dos católicos na vida social. O objetivo almejado pela CF 2015 é
aprofundar, a partir do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a
Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II,
como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus. A
CF 2015 parte de dois pressupostos fundamentais para a vida cristã,
também centrais no Concílio Vaticano II: a auto compreensão da própria
Igreja; e as implicações da fé cristã para o convívio social e para a
presença da Igreja no mundo.
A proposta da CF 2015 é baseada nas
reflexões sugeridas pela “Constituição Dogmática Lumen Gentium” (Igreja,
que dizes de ti mesma?) e na “Constituição Pastoral Gaudium et Spes”
(Igreja, dizei qual é a tua missão no mundo?). Essa Campanha procura
lembrar que a Igreja está a serviço das pessoas, ela não quer
privilégios. Até porque a Igreja é mais do que uma estrutura, ela é cada
cristão, cada batizado, que está inserido na sociedade por meio do
trabalho, das instituições e diversas ações.
A Campanha da
Fraternidade (CF), foi aberta oficialmente, em âmbito diocesano, na
Quarta-Feira de Cinzas, 18 de fevereiro de 2015. Saímos da Igreja de
Santo Afonso rumo a catedral de Coari onde foi celebrada a santa missa
da Quarta Feira de Cinzas. Da missa participaram além da paróquia da
catedral, a paroquia do Perpétuo Socorro, os seminaristas do Seminário
Sant’Ana, as irmãs religiosas, os padres (Pe. Zenildo, Pe. Assis, Pe.
Agnaldo, Pe. Raimundo Elson, Pe. Felipe Jorge e os diáconos Paulo e
Delaci). A catedral ficou lotada de fieis. Após a homilia Dom Marcos
Piatek benzeu as cinzas, que foram distribuídas nas cabeças dos fiéis
com muita fé e piedade. Toda a celebração da Quarta Feira de Cinzas na
catedral de Coari foi muito bem preparada criando o clima de oração! Que
a Quaresma de 2015 nos ajude a preparar - vivenciar dignamente a Páscoa
de Jesus Cristo e nos anime na vivencia da Campanha da Fraternidade de
2015!