Evangelizar no coração do Amazonas: "Sou missionário, sou Povo de Deus; sou índio, caboclo mestiço, fazendo da vida a missão. Aqui nesta grande tapera da Igreja Amazônica sou mensageiro de um Deus que é irmão... Somos filhos da Igreja do Norte, missionários desta região... Aprendemos a ouvir a mensagem de um Deus que nos fala na brisa, nas águas, nas flores, no chão... " (Manoel Nerys, Manacapuru, Diocese de Coari-AM)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A QUARESMA NAS CASAS FLUTUANTES DE COARI


Na diocese de Coari, que vive no meio dos rios, lagos e igarapés, muitas pessoas constroem as suas casas na superfície da água, na assim chamadas casas flutuantes. 
No Lago de Coari, cujo águas banham a cidade de Coari, existem centenas de casas flutuantes. Os moradores destas casas precisam ser evangelizados. Desde o começo do ano de 2013, no tempo quando o pároco da catedral era o Pe. João Batista de Almeida, CSSR, hoje Reitor do Santuário Nacional de Aparecida, começamos, junto com os/as Missionários/as da Pastoral da Criança, visitar estas casas e celebrar a Eucaristia. 
É mais fácil o padre ou uma irmã ir ao povo das casas flutuantes do que tudo mundo ir de canoa para a catedral ou para outra igreja de Coari e participar das celebrações. Os moradores que vivem em flutuantes criam a sua própria identidade e pensam até fazer uma capela flutuante para eles... 
No 1º Domingo de Quaresma deste ano (22.02.2015) a Missa foi presidida por Dom Marcos Piatek, bispo da diocese de Coari. Ele foi junto com senhor João (motorista da lancha da paróquia) e as 02 Irmãs da Sagrada Família para a celebração numa das casas flutuantes. Queremos agradecer a família que nos acolheu na sua moradia flutuante! 
A Missa foi muito animada e bonita, graças ao engajamento dos moradores das casas flutuantes. Todo mundo vem para a Missa na sua canoa, “estacionando” ao lado da casa flutuante, transformada numa capela improvisada! 
Após a celebração eucarística a comunidade ofereceu um saboroso café para todos os participantes. 
A Igreja precisa estar mais “em saída”, como diz o Papa Francisco. É uma forma de sermos mais fiéis ao pedido de Jesus do evangelho deste 1º domingo da Quaresma: “Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus dizendo: O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 14-15). 

A todos os moradores das casas flutuantes da nossa diocese desejamos uma boa preparação para a Páscoa, através de uma Santa Quaresma!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A ABERTURA DA QUARESMA E DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2015 NA CATEDRAL DE COARI-AM

No dia 18 de fevereiro de 2015 aconteceu o início litúrgico da Quaresma e a abertura da Campanha da Fraternidade 2015. A Quaresma nos convida a preparar dignamente a Páscoa de Jesus Cristo! Dom Marcos Piatek, na sua pregação durante a Missa, nos lembrou que as leituras bíblicas da Quarta-feira de Cinzas nos ajudam a perceber os princípios fundamentais da Quaresma. 

1. A conversão. O profeta Joel nos lembra: “Diz o Senhor, voltai para mim com todos o vosso coração... rasgai o coração, não as vestes, e voltai para o Senhor, vosso Deus” (Jl 2,12-13). São Paulo Apóstolo nos implora: “Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus” (2 Cor 5,20). A melhor maneira de celebrar a nossa conversão é fazer uma boa e santa Confissão sacramental: celebrar o Sacramento da Reconciliação! 

2. A oração. “Quem reza se salva, quem não reza se condena “ (Sto. Afonso de Ligório). Precisamos investir mais na intimidade com Deus! Precisamos rezar mais individualmente, familiarmente e comunitariamente, meditar mais a Palavra de Deus, frequentar mais a Missa dominical, rezar nas famílias (pais e filhos). 


3. O jejum. Privar-se de algo nosso para partilhar com os mais necessitados. Jejum deve fortalecer a nossa personalidade, nossa vontade, nos tornar mais fortes na defesa do bem! Precisa investir mais na conversão antropológica: trabalhar mais o nosso caráter humano e cristão. 

4. A esmola. Se trata de praticar mais a caridade fraterna. A fé sem as obras é morte! Precisa lutar pela justiça social. São Leão Magno (+461) nos lembra a importância da caridade fraterna: “Diz o Senhor no Evangelho de João: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros (Jo 13, 35). E também se lê na 1ª Carta do mesmo Apóstolo: Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 

Quem não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor (1Jo 4, 7-8). Se Deus é amor, a caridade não deve ter fim, porque a grandeza de Deus não tem limites. Para praticar o bem da caridade, amados filhos, todo tempo é próprio. Contudo, estes dias da Quaresma, a isso nos exortam de modo especial. Se desejamos celebrar a Páscoa do Senhor com o espírito e o corpo santificados, esforcemo-nos o mais possível por adquirir a virtude da caridade que contém em si todas as outras e cobre a multidão dos pecados. 

Seja, neste tempo da Quaresma, mais larga a nossa generosidade para com os pobres e todos os que sofrem, a fim de que os nossos jejuns possam saciar a fome dos indigentes e se multipliquem as vozes que dão graças a Deus. Nenhuma devoção dos fiéis agrada tanto a Deus como a dedicação para com os seus pobres, pois nesta solicitude misericordiosa ele reconhece a imagem de sua própria bondade. 

Quem dá esmola, quem faz a caridade, faça-a com alegria e com confiança, porque tanto maior será o lucro quanto menos guardar para si, conforme diz o Apóstolo Paulo: Aquele que dá a semente ao semeador e lhe dará o pão como alimento, ele mesmo multiplicará vossas sementes e aumentará os frutos da vossa justiça (2Cor 9, 10), em Cristo Jesus, nosso Senhor.”
 

Dom Marcos Piatek, durante a sua homilia, nos lembrou que no começo da Quaresma, a Igreja do Brasil, celebra a campanha da Fraternidade. Neste ano, são comemorados os 50 anos do encerramento do Concílio Vaticano II, um dos eventos mais marcantes da Igreja nos últimos séculos. A reunião episcopal foi realizada de outubro de 1962 a outubro de 1965. No Brasil, para 2015, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe uma reflexão sobre a relação entre a Igreja e a sociedade à luz da fé católica e dos documentos do Concílio Vaticano II. 

O tema da CF 2015 é: “Fraternidade: Igreja e sociedade” e o lema “Eu vim para servir”. O tema é muito atual e deve provocar um debate sobre a participação e atuação dos católicos na vida social. O objetivo almejado pela CF 2015 é aprofundar, a partir do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus. A CF 2015 parte de dois pressupostos fundamentais para a vida cristã, também centrais no Concílio Vaticano II: a auto compreensão da própria Igreja; e as implicações da fé cristã para o convívio social e para a presença da Igreja no mundo. 

A proposta da CF 2015 é baseada nas reflexões sugeridas pela “Constituição Dogmática Lumen Gentium” (Igreja, que dizes de ti mesma?) e na “Constituição Pastoral Gaudium et Spes” (Igreja, dizei qual é a tua missão no mundo?). Essa Campanha procura lembrar que a Igreja está a serviço das pessoas, ela não quer privilégios. Até porque a Igreja é mais do que uma estrutura, ela é cada cristão, cada batizado, que está inserido na sociedade por meio do trabalho, das instituições e diversas ações.
 

A Campanha da Fraternidade (CF), foi aberta oficialmente, em âmbito diocesano, na Quarta-Feira de Cinzas, 18 de fevereiro de 2015. Saímos da Igreja de Santo Afonso rumo a catedral de Coari onde foi celebrada a santa missa da Quarta Feira de Cinzas. Da missa participaram além da paróquia da catedral, a paroquia do Perpétuo Socorro, os seminaristas do Seminário Sant’Ana, as irmãs religiosas, os padres (Pe. Zenildo, Pe. Assis, Pe. Agnaldo, Pe. Raimundo Elson, Pe. Felipe Jorge e os diáconos Paulo e Delaci). A catedral ficou lotada de fieis. Após a homilia Dom Marcos Piatek benzeu as cinzas, que foram distribuídas nas cabeças dos fiéis com muita fé e piedade. Toda a celebração da Quarta Feira de Cinzas na catedral de Coari foi muito bem preparada criando o clima de oração! Que a Quaresma de 2015 nos ajude a preparar - vivenciar dignamente a Páscoa de Jesus Cristo e nos anime na vivencia da Campanha da Fraternidade de 2015!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

SEMINÁRIO SANT’ANA EM COARI-AM CELEBRA OS 15 ANOS DE SUA FUNDAÇÃO



Quando o Papa Paulo VI criava, aos 13 de junho de 1963, as Prelazias de Coari, de Borba e de Itacoatiara, na Bula da criação dizia: “Cuidem os Sagrados Presules, a quem essas Prelazias foram confiadas para governar e sintam-se gravemente onerados a fundar Seminário, em cada uma, ao menos o menor, e recebam os meninos que deem boa esperança, os quais sejam estimulados ao Sacerdócio pela benignidade de Deus e, como os jovens devam atender ao estudo da filosofia e da teologia, aqueles que parecem os melhores, sejam enviados à Roma para o Pontifício Colégio Pio Brasileiro.


Já o primeiro bispo da Prelazia de Coari Dom Mário Anglim, CSSR, tinha a preocupação para “formar um clero local”, conforme as orientações do Concílio Vaticano II.  Dom Mário Anglim faleceu em 13 de Abril de 1973. Quem dinamizou e investiu pra valer na questão vocacional foi Dom Gutemberg Freire Régis, CSSR. 

Desde o ano 1978 nas missas se reza a conhecida oração pelas vocações nativas, que até hoje o povo reza em todas as comunidades de nossa diocese: “Deus, nosso Pai, a Prelazia (Diocese) de Coari precisa de padres, religiosas e ministros leigos. Precisa, também, que todos nós da Prelazia (Diocese) rezemos e trabalhemos para conseguir agentes de pastoral para as nossas comunidades...” 


No início os primeiros vocacionados para o clero diocesano moravam no Seminário Redentorista (Pe. Gilson, Pe. Antônio Cardoso e Pe. Francisco José). A partir de 1991 passaram a residir no Seminário São José pertencente á Arquidiocese de Manaus. Porém, faltava ainda a casa de formação da Prelazia em Coari, o chamado Seminário Menor. 

Em 1999 as condições pareceram favoráveis para o sonho de nosso Seminário se tornar realidade. Dom Gutemberg Freire Régis colocou a sua residência episcopal para servir como Seminário Menor. O Pe. Antônio Cardoso de Melo aceitava a nomeação do bispo para ser o primeiro Reitor. O nome escolhido para o seminário foi o de Sant'Ana. Assim, em 16 de Fevereiro de 2000 nascia, em Coari, o Seminário Sant'Ana! 

Na inauguração do seminário foi celebrada uma Missa por Dom Gutemberg Freire Régis e os Presbíteros da Prelazia, por ocasião de sua primeira reunião do clero no ano 2000. Estavam presentes também alguns familiares dos primeiros seminaristas e algumas Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo. Em 2004, Padre Antônio Cardoso, primeiro Reitor na época, construiu na parte de cima uma cobertura inacabada para proteger a parte de cima das grandes chuvas e Padre Francisco José, segundo Reitor, terminou a obra construindo na parte de cima uma capela bem maior e outros cômodos, como uma sala de estudo, banheiro e um grande salão para encontros.


No dia 16 de fevereiro de 2015 celebramos os 15 anos da fundação do seminário Sant’Ana em Coari! Para comemorara a data foi celebrada uma Missa solene presidida por Dom Marcos Piatek e concelebrada pelos padres: Pe. Francisco Agnaldo (reitor), Pe. Elcivan (pároco de São Pedro), Pe. Francisco Assis (pároco do Perpétuo Socorro), Pe. Adeilson (vigário de São Pedro), Pe. Felipe Jorge (vigário de Beruri). 

Estavam presentes algumas irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo e da Sagrada Família. Rezavam também os atuais seminaristas de Sant'Ana, alguns familiares deles e os amigos do seminário mais próximos. Na sua pregação Dom Marcos Piatek lembrou a trajetória da fundação do Seminário Sant'Ana na Diocese de Coari. Lembrou os três reitores que foram formadores: Padre Antônio  Cardoso de Melo (2000-2005), Padre Francisco José Lima da Silva (2006-2011), Padre Francisco Agnaldo Barbosa da Silva (2011 - ). 

O bispo agradeceu a Deus por vários padres da diocese que se tornaram sacerdotes graças ao Seminário Sant'Ana. Agradeceu também a todos aqueles que rezaram e colaboraram durante os 15 anos da existência do nosso seminário em Coari. O seminário é o coração da diocese, é sinal da vitalidade evangelizadora da diocese, sinal da bênção de Deus!


Após a Missa de Ação de Graças pelos 15 anos da fundação do Seminário Sant’Ana, houve um gostoso café regional para todos os convidados no refeitório do seminário. 

Agradecendo a Jesus, o Bom Pastor, peçamos que Deus continue abençoando a nossa diocese mandando-nos boas e santas vocações. A messe é grande, mas os operários são ainda poucos! Sant'Ana, rogai pelos nossos seminaristas e por todos nós!